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Sergipe – mais uma meta alcançada

Sergipe – mais uma meta alcançada

Gosta de desafios? Afinal, a vida é feita de desafios.

Diário de Bordo – 27 de maio de 2022

Nesse dia o percurso foi de Nazaré das Farinhas até Salvador, cerca de 60 km pedalados.

Por volta das 7h30min, meu companheiro de pedal, Leonel Crisóstenes, teve um acidente na BA – 001, uma queda. Foi socorrido pelo SAMU, e enquanto ele ia para o hospital peguei as duas bikes e consegui uma van para levar até o ferry-boat. Chegando em Salvador, me encontrei com Erivelton, amigo do grupo fazedores de chuva, o qual me levou até a pousada na qual ficaríamos.

Na estrada, no local do acidente, os celulares não tinham sinal. Um carro da companhia de energia elétrica e uma moto pararam, os rapazes da companhia conseguiram fazer contato com o SAMU e o rapaz da moto ficou de fazer contato em outro ponto da estrada. Logo em seguida, parou uma outra moto que ia no sentido contrário, o motociclista era o cabo da PM Nascimento, que também pratica ciclismo, ele nos ajudou até o SAMU chegar e sair do local.

A esposa do Nascimento trabalha como enfermeira no hospital para onde o Leonel foi levado em Nazaré das Farinhas, a qual deu suporte para o mesmo.

Fiquei neste momento com a missão de levar as bikes e já empacotar a bike do Leonel para voltar para São Paulo. A princípio o diagnóstico era de fratura na clavícula do lado esquerdo, o que ficou confirmado pela radiografia.

O Leonel resolveu ir para Salvador para um novo diagnóstico de um hospital especialista em traumas conveniado ao seu plano de saúde, o deslocamento de Nazaré das Farinhas até Salvador foi feito com o auxílio e ajuda do cabo Nascimento, que indicou uma pessoa para poder fazer o transporte.

Raio-x do Leonel

Já em Salvador com a ajuda de Erivelton, o Leonel foi levado para o hospital e teve a orientação de voltar para São Paulo para fazer a cirurgia e o tratamento adequado, o retorno foi marcado para o dia 28 de maio. Desta vez quem ajudou a levar a caixa com a bike e o Leonel para o aeroporto foi o Gleydson do grupo Bodes do Asfalto.

Aqui vai nosso agradecimento aos motociclistas dos grupos Fazedores de Chuva e Bodes do Asfalto e aos dois membros que nos ajudaram, Erivelton e Gleydson.

Diário de bordo – 28 e 29 de maio de 2022

Museu náutico da Bahia

Dias reservados para conhecer a cidade de Salvador, Barra, Rio Vermelho e Pelourinho, museu da música e museu onde funciona o farol da Barra.

Dia 28 Leonel voltou para São Paulo para realizar a cirurgia na clavícula (que ocorreu no dia 29). Agora é se restabelecer para concluir o trecho faltante. Tivemos muito suporte do Gleydson do grupo Bode do Asfalto e Erivelton do grupo Fazedores de Chuva, pessoal do motociclismo, ambos ajudaram e muito para ajudar no socorro do Leonel.

Salgado, Leonel e Gleydson

No dia 27 de maio não é só Ivete Sangalo que fez aniversário, eu também fiz! Com tudo resolvido, sábado e domingo foram dias para comemorar mais um ano de vida.

Quanto a Bike, resolvi trocar algumas peças, que se desgastaram por causa da areia, do sal e da terra, também foi realizada revisão geral, afinal, a partir do dia 30 não terei mais o apoio do Leonel.

O capacete do Leonel evitou maiores sequelas, com a pancada no chão ele quebrou em três lugares, sem o capacete as lesões seriam maiores.

Diário de bordo – 30 de maio de 2022

Salvador à Arembepe, 69 km.

Meu primeiro pedal solo a caminho de Recife. Saí, como de costume, às 6:00 horas da manhã.

Na ciclovia, uma garota se acidentou, foi fechada por um carro, parece que deslocou o dedão. Depois de ter dado todo o suporte, segui meu itinerário.

Nas primeiras pedaladas para sair de Salvador foram 25 km de ciclovia, isto não se vê em qualquer lugar.

A chuva começou por volta das 7h00, então encostei numa barraca de praia. Foi quando conheci Carlos, outro ciclista que estava ali se abrigando da chuva. Ele pedalou comigo por um bom trecho, deu várias dicas sobre os percursos.

Passei por Stella Maris e várias outras praias, cheguei em Arembepe as 12h00. E, lá chegando, entrei na Vila de Pescadores, eles estavam vendendo os peixes e preparando o almoço com um churrasco de peixe.

Depois fui visitar uma aldeia hippie e o Projeto Tamar, ambos sem atendimento ao público porque era segunda-feira, mas, o acesso da aldeia hippie foi possível, o que não estava funcionando era a feira de artesanato.

Arembepe é uma praia utilizadas pelos surfistas por causas das ondas perfeitas, também há os bares de frente ao mar com cenário cinematográfico refletindo a lua e as estrelas sobre o mar. A vista do bar e Bistrô Maresias é fantástica.

Saindo de Salvador foi dado início ao percurso do litoral norte da Bahia, estrada do Coco (BA-099), passei por Lauro de Freitas – Catu Abrantes – Areias – Arembepe.

Diário de Bordo – 31 de maio de 2022

Praia do Forte – BA

De Arembepe à Praia do Forte, norte da Bahia, Estrada do Coco, apenas 45 km. Três locais visitados no percurso: Barra do Jacuípe, Guarajuba e Itacimirim – praias belíssimas, encontro da água do rio com o mar.

Saída, como de costume, foi às 6h00, da pousada do Tubarão, cujo proprietário, Sr. Eldo, foi muito atencioso e por ser natural de Recife deu várias dicas dos caminhos.

Durante o percurso acabei tendo um acidente igual ao do Leonel, mas com poucas sequelas. O dente existente entre a estrada e o acostamento é o grande vilão, é necessário prestar muita atenção nisso.  

Mas o resultado foi apenas os joelhos ralados, e como joelho ralado dói bem menos que um coração partido, seguir em frente era o que deveria ser feito, e assim foi feito.

Cheguei cedo na Praia do Forte e logo me impressionei com a estrutura, muitas lojas, muitas pousadas e Projeto Tamar e Projeto Baleia Jubarte. A economia é baseada no turismo e uma boa parte é deixada pelos turistas estrangeiros.

Numa das praias me deparei com um lagarto gigante, grande mesmo. Por um bom trecho pedalei pela ciclovia, passei por muitas lojas e bares – um grande shopping na “areia”.

Diário de Bordo – 01 de junho de 2022

Praia do Forte à Subaúma, 61 km de pedaladas.

A maré começou a baixar por volta das 5h40min, sendo assim, o pedal na areia, inicialmente, foi descartado.

Pedalei até Imbassaí pela estrada e cheguei por volta das 8h00. Iniciei o pedal na areia, praia muito boa para pedalar, no entanto, por causa das chuvas não tinha como fazer a travessia do Porto do Sauípe.

Entrei antes do rio na Vila de Santo Antônio, peguei uma trilha de uns 8 km, passei por dentro de um condomínio e voltei para a Estrada da Linha Verde.

Pedalei até chegar em Porto do Sauípe, do lado norte, foi quando voltei a pedalar pela praia.

Dando sequência passei por Massarandupió, uma praia onde há a prática do naturalismo, mas por causa da baixa temporada, não tinha ninguém “peladão”.

Pedalados mais alguns quilômetros, cheguei em Subaúma, onde parei. Lá busquei um lugar para dormir e jantar, recepção, como sempre, fantástica!

Conheci a dona do restaurante onde jantei, ela contou a relação dela com a cachaça, que virar uma garrafa de Pitú era algo costumeiro, quando participa de cavalgadas com as amigas, 10 garrafas não dão conta. A Pitú é marca registrada no nordeste.

Voltei para pousada e fui direto para minha cama.

Diário de bordo – 02 de junho de 2022

De Subauma à Cajueirinho, percurso de bike mais barco, foram cerca de 85 km. Teve muita chuva, areia, terra, lama, bateria zerada da câmera e do celular, desencontro do barqueiro e a contratação de um novo barqueiro.

Tinha muita chuva rolando e o celular não permitia o carregamento por causa da umidade.

Saída de Subaúma às 6h00, tendo em vista que a maré estava alta, o jeito foi ir pela estrada, tinha a opção de entrar em Baixio, Barra de Itariri. Nestes dois locais seria necessário a contratação de barqueiro, no entanto, a chuva estava forte e além disso a maré estava alta e não daria para pedalar na areia. Sendo assim, uma boa parte do percurso foi na estrada. O trecho de terra e areia só começou num local denominado Sítio do Conde.

Chegando em Siribinha, eu já tinha o barqueiro para fazer a travessia para Cajueirinho, ocorre que no local não tinha sinal de celular e quando consegui o wi-fi, era tarde demais, o celular ficou sem bateria e por causa da umidade não estava permitindo a carga.

Indo para o porto encontrei um outro barqueiro que fez a travessia. Chegando em Cajueirinho consegui um lugar para dormir, com chuveiro frio e sem toalha, tive que me secar no ventilador. Até levo uma toalha, mas neste dia, estava molhada por causa da chuva.

Diário de bordo – 3 de junho de 2022

Caueira

De Cajueirinho à Caueira, 73 km, no aplicativo acabei perdendo o segundo trecho, da Praia do Saco à Caueira, que totalizou 31 km, mais os 42 do aplicativo referente ao trecho de Cajueirinho à Mangue Seco, chega-se no total acima.

De madrugada, chuva sobre chuva, muita água, o resultado não poderia ser outro, estrada de terra que se transformou em estrada de barro. Mas tendo em vista que a maré estava alta, a estrada de barro passou a ser a única via possível para Coqueiro ou Mangue Seco.

Por mais que se pedalava, o resultado era insignificante. Por volta das 8h00 encontrei uma comunidade que tinha acesso à praia, sem água e com a estrada barro puro, a única saída era ir para praia e descolar um bocadinho de água.

Eis que surgiu a praia e uma bela faixa de areia durinha aguardando minhas pedaladas. Meu destino original era a Praia de Coqueiro, lá tem uma comunidade onde existem vários barqueiros, mas acabei passando e fui parar em Mangue Seco, o que foi melhor ainda.

Lá chegando, passei por umas dunas para alcançar o vilarejo e onde consegui tirar a lama da bike, e também contratar um barqueiro para fazer a travessia do rio Real. Cheguei depois de 42 km, via barro, areia e rio e, com isto, consegui alcançar o quarto estado na Praia do Saco. E, estava eu em Sergipe!

Parei numa barraca, tomei umas cervejas e dois caldos de camarão, conversei com bugueiros, garçonetes e clientes. Aí fiquei um bom tempo admirando a bela imagem que se descortinava logo ali na minha frente: dunas, bancos de areia e do outros lados do rio Real, a famosa Mangue Seco (que já foi cenário de novela da Globo).

De repente, percebi que o tempo passou e rápido, já era 15h30min e eu precisa voltar a pedalar. E, sem saber ao certo onde ficaria naquela noite, com várias informações obtidas na Praia do Saco, voltei ao pedal e parei às 17h10min.

Na sequência, 31 km na estrada Airton Sena, na Praia Caueira, parei num food truck com várias mesas, para relaxar e prosear um bocadinho mais. Eu estava tão extasiado que acabei esquecendo que precisava dormir e precisava de uma pousada. Acontece que já eram 21h00 e tive que pedalar mais alguns quilômetros, voltando para a estrada para conseguir uma pousada.

Consegui a pousada, fui para o quarto que fica num jardim de passagem, tirei toda a roupa, tirei o tênis e as meias molhadas e pulei na cama. Acabei dormindo sem banho, o problema é que não fechei a janela.

Veja mais fotos aqui

Acompanhe aqui cada etapa dessa trajetória. Se tiver sugestões de conteúdo ou interesse em conversar, deixe seu comentário aqui.

Ficarei extremamente agradecido pelas sugestões e feliz em responder.

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